
Carlos Alberto de Faria da Merkatus
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encontrarão outros artigos e materiais sobre o como obter mais e
melhores clientes, para o negócio de
consultores, profissionais liberais, empreendedores,
empresários, gerentes e proprietários de pequenas e
médias empresas de serviço.
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Todos
já ouvimos que é necessário satisfazer nossos clientes, alguns outros
falam na necessidade de encantá-los.
Essa
distinção, não tão distinta para alguns, entre satisfação e
encantamento, é o que procuraremos mostrar e demonstrar neste artigo.
Como veremos, a mera satisfação não garante o básico dos
5Rs,
ou seja, os dois primeiros Rs, aqueles que eu intitulo os
Fatores Críticos do Sucesso, não são atendidos com a simples
satisfação do cliente. Os dois primeiros Rs são os seguintes:
1. Relevância: encontrar os
produtos e serviços que seu cliente quer, e
2. Reconhecimento: ser único para seu cliente;
fazendo com que o encantamento seja mais do que obrigatório, nestes
tempos de concorrência forte, é condição básica para respirar no
mercado, condição básica para a sobrevivência.
Mesmo aquelas empresas que estão confortáveis por não terem
concorrência, ou por tê-la fraca, devem se cuidar, porque a falta de
encantamento pode ser o ponto fraco para uma concorrência se estabelecer
rapidamente.
A
melhor defesa contra a concorrência, quaisquer concorrências, é sempre
ter clientes encantados com nossos serviços ou produtos.
Primeiro um pouco de história desta descoberta...
Num estudo, feito pela AT&T, constatou-se que a satisfação dos seus
clientes oscilava pouco, muito pouco, em torno dos 90%. No entanto a sua
participação no mercado de novas instalações residenciais oscilava
muito, sem causa aparente.
Procurando o que afetava, o que provocava a oscilação grande na
participação no mercado de novas instalações, chegou-se à conclusão que
não era a satisfação do cliente que comandava a participação no mercado,
visto que esta mantinha-se praticamente cravada em torno dos 90%.
A descoberta, hoje, parece lógica!
Senão, vejamos: imagine você procurando um médico para tratar um parente
seu, você procura referências e a pessoa que está dando informações diz:
-
"É, eu fiquei satisfeito com esse médico!"
Após essa afirmação, você leva seu parente a esse médico?
Eu
não! Eu levo em um médico que alguém fale "entusiasmado" sobre as
qualidades e resultados obtidos por esse determinado médico, e não uma
simples satisfação!
A descoberta foi que a percepção de valor pelo cliente - e não a
satisfação do cliente - é que faz com que o cliente opte por permanecer
comprando de sua empresa ou ir para um dos concorrentes.
Então você me pergunta:
- "Mas ... o que é valor para o cliente?"
Bem, eu respondo, valor é uma percepção construída por cada cliente que
leva em consideração o preço percebido e a qualidade percebida.
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A palavra "percebida" está colocada aqui, propositalmente,
porque não interessa o que você acha que está colocando de
preço, nem tampouco a qualidade que você acha que está
entregando.
O juiz final é o cliente, e somente ele!
O que o cliente percebe é que vale!
O que o cliente não percebe é desperdício!
O que o cliente não gosta é desperdício!
Porisso, boa vontade não basta quando se necessita encantar o
cliente, amadorismo não basta!
É necessário pesquisar o que o cliente gosta, quer ou necessita.
Veja um conjunto de artigos sobre pesquisa em nossa página
Boletim Eletrônico Semanal.
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Quando, então, foi feita uma pesquisa para determinar a percepção de
valor pelos clientes (Qualidade e Preço), os dados saltaram aos olhos -
em estatística diz-se que os dados estão fortemente correlacionados -,
analisados frente à participação de mercado. Esses dados estão mostrados
na figura abaixo.

Uma pesquisa extensiva - PIMS (Profit Impact of Market Strategy) - foi
feita por Bradley Gale no início da década de 1990, relatada em seu
livro "Gerenciando o Valor do Cliente", Pioneira; confirma e relata,
didaticamente, esta descoberta:
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A
participação de mercado depende da percepção do valor para o
cliente e não da sua satisfação! |
Esta é a razão porque os "professores" falam que não basta satisfazer o
cliente, temos que encantá-los: somente a satisfação não dá o entusiasmo
ao cliente para que ele faça uma propaganda boca a boca - a propaganda
melhor, mais barata e eficaz! -, já a entrega de valor superior encanta
o cliente e propicia essa propaganda boca a boca, propaganda almejada,
sincera e efetiva.
E outra vez você me pergunta:
- "Repita outra vez, com outras palavras, o que é valor para o cliente?
Falta esclarecer mais o que é valor para o cliente."
Então lá vai:
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Valor para o cliente é a relação entre a percepção da qualidade
que ele julga receber pela percepção do custo que ele arca. |
O
próprio Bradley Gale, no "site" de sua empresa (www.galeconsulting.com)
diz:
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"O fato básico é que a qualidade é relativa. O que realmente
importa não é a porcentagem de clientes satisfeitos, mas a
parcela de clientes que estão mais satisfeitos com nossos
produtos e serviços do que com os produtos e serviços dos
concorrentes." |
Depois dessa afirmação, percebemos que não basta saber o que é valor
para o cliente, precisamos materializar, medir este conceito, pois esta
descoberta muda inclusive a forma de atuação de qualquer empresa, no
curto, médio e longo prazo.
Este é o assunto do nosso próximo artigo.
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