Amar aos Clientes Como a Si Mesmo
José Renato Raposo
Quem nunca ouviu a
expressão " Amar ao próximo como a si mesmo "
? Mas quem é o próximo? São os seres humanos com
quem possuímos algum tipo de relação direta ou
indireta, certo?. Logo, podemos concluir que uma
ótima estratégia de busca da perfeição nos negócios
pode ser "Amar ao Cliente como a si mesmo " .
Podemos concluir também que Jesus foi o primeiro
grande " marketeiro " , que nos pediu apenas
para nos colocarmos no lugar do Cliente quando
desenvolvemos: produtos, serviços, logística de
distribuição, sistemas de atendimento, políticas de
treinamento, propaganda e estratégias de
relacionamento.
Parece muito fácil, parece óbvio, mas por que as
cobranças chegam erradas em nossas casas, os
operadores de call center não sabem tirar nossas
dúvidas e você vai a uma loja e é mal atendido?
Mas se, de fato, a humanidade não conseguiu ainda
amar ao próximo como a si mesmo, não seriam apenas
os líderes empresariais que assumiriam esse papel.
Entretanto, reconheço que algumas empresas se
esforçam para isso e o que vale é a busca incessante
pela excelência na relação com os Clientes.
Para aumentar ainda mais o desafio, não há mais
diferencial competitivo, inovação e boa propaganda
que não seja igualada em pouquíssimo tempo, além de
as margens estarem cada vez mais apertadas, a
globalização cada vez mais veloz e os problemas cada
vez mais coletivos.
O paradigma é que o mundo está mais complexo, a
competição mais acirrada e o Cliente mais exigente.
Portanto, amar ao Cliente como a si mesmo pode
quebrar muitas barreiras e ajudar a conquistar os
corações dos consumidores. Afinal, vivemos em uma
era de produtos semelhantes, serviços parecidos e
profissionais agindo da mesma forma.
Neste ambiente extremamente complexo, falta
justamente a simplicidade. Fazer o básico pode ser o
grande diferencial. Basta colocar-se no lugar do
Cliente, pois todos são Clientes de todos. É
fundamental investir na relação, é uma questão de
sobrevivência colocar os corações da organização a
serviço das relações com os Clientes.
Li outro dia uma frase de um pensador brasileiro, o
Trigueirinho, que diz: " Não há serviço que se
sustente sem a clareza interior de nossa parte " .
Isso é a conexão com o " Amar aos Clientes
como a si mesmo " . Ou seja, se os líderes das
empresas fizerem seus funcionários terem claramente
no coração o que é amar os Clientes, estarão fazendo
o básico, criando uma relação duradoura com o seu
mercado-alvo.
Muitas vezes, o problema surge na distância entre a
intenção da empresa, proclamada pela publicidade, e
o ato. É que os clientes, ao usarem os produtos e
serviços da marca que elegeu, ao iniciarem de fato o
relacionamento com ela, descobrem repentinamente o
abismo que existe entre a comunicação e a realidade.
Por outro lado, é fácil entender o círculo vicioso:
o concorrente promete primeiro e todo mundo corre
atrás do prejuízo. É por isso que você assiste a
categorias inteiras malvistas pelos Clientes, como
Bancos, Operadoras de Telefonia, Varejistas etc.
gastando rios de dinheiro para permanecer no mesmo
lugar.
Mas como mover a montanha? Como se diferenciar em
categorias que são carimbadas como " mal
necessário " ?
Eu dividiria o desafio em 3 etapas. Na primeira
etapa, faria toda a organização ouvir os Clientes e
identificar as raízes dos problemas, obviamente sem
aquela busca de culpados. E, para ouvir, é
preciso humildade, é preciso coração aberto. Na
segunda etapa, envolveria toda a organização com a
alma na busca das soluções, para que isso se
tornasse uma obstinação - os feudos, os ditadores
vão ter que encontrar na fé as suas superações para
as sensações de perda de poder. Na última etapa,
criaria uma comunicação que refletisse o
espírito da empresa, que mostrasse para os Clientes
a vontade de amá-los efetivamente.
São 3 grandes etapas para escalar um Everest, mas é
fundamental dar um passo de cada vez e comemorá-lo
muito. É preciso ter um norte e planejar cada passo
com envolvimento de todo o time. É fazer toda a
tropa caminhar na mesma direção.
É necessário compreender que isso tudo leva tempo e
demanda uma obstinação quase religiosa. Mas vejo
algumas empresas, talvez por outros métodos,
caminhando nesta direção com muito sucesso: os
Supermercados Pão de Açúcar, a Natura, o Magazine
Luiza, a Harley-Davidson e muitos outros.
Se todas as empresas pensassem em agir corretamente,
desenvolvessem uma relação de amor com seus Clientes,
o mundo seria muito melhor. Os governos se
espelhariam nos empresários, os funcionários em seus
chefes, as famílias nos trabalhadores e assim
sucessivamente. Independentemente do credo de cada
um, amem seus Clientes como a si mesmos.
jose.renato.raposo@datamidia.com.br