Uma das opções de mercado para quem sai das inúmeras Faculdades de Comunicação Social espalhadas pelo Brasil é a atividade conhecida como assessoria de imprensa.  Bastante comum e difundida nos Estados Unidos, onde leva a alcunha de Public Relations, a atividade só passou a ser bem-vista pelo mercado brasileiro, a partir do fim dos anos 70, com a mudança das relações políticas no Brasil.  Entre os anos 80 e 90 a atividade finalmente conquistou seu espaço, com a abertura país ao mercado externo, o fenômeno mundial da globalização e os rápidos avanços da tecnologia.   Some-se a esses fatores a crise no mercado de papel, e tem-se uma crescente diminuição das vagas para jornalistas nas Redações dos veículos impressos.   A velha lei da oferta e da demanda de mão de obra.

Mas foi nos últimos cinco anos, que as assessorias de imprensa pipocaram em todo o Brasil, num crescente processo de expansão.  Na era em que a mídia está em toda parte, todo mundo quer ter direito aos seus cinco minutos de glória. É aí que entra o assessor de imprensa.  

A contratação de uma assessoria é importante porque, em primeiro lugar, a tribo dos jornalistas tem sua própria linguagem e é o assessor de imprensa quem traduz a sua informação no formato entendido por eles.  E depois, porque quem não tem uma assessoria de imprensa pode virar refém da mídia, estando ao seu serviço durante a elaboração de uma reportagem, ao invés de ser um participante ativo de sua confecção --  ou não, se no processo de tradução perceber-se que participar dessa matéria pode fazer seus negócios irem por água abaixo depois da publicação. 

Uma vez, ouvi de um CEO de uma multinacional que assessoria de imprensa "é uma forma barata de se fazer publicidade".  Com certeza, ele comparou o orçamento das duas áreas na empresa para concluir isso.  As cifras dedicadas a anunciar um produto num ou mais veículos de comunicação de interesse são estratosfericamente mais altas do que a verba destinada ao trabalho de divulgação via assessoria de imprensa.  Mas as atividades têm objetivos diferentes e, por isso, seus  resultados também não são iguais. 

É importante frisar que a assessoria de imprensa valoriza o investimento em comunicação feito por uma organização especialmente com a veiculação publicitária, porque agrega credibilidade às mensagens divulgadas, uma vez que estas são escritas por terceiros, os jornalistas.  Seu objetivo é aumentar a visibilidade de um negócio ou um personagem na mídia, criando e mantendo uma imagem, tornando aquele negócio ou personagem conhecidos e lembrados pelo público. A farta e constante divulgação de uma empresa pode fazê-la se tornar Top of mind no inconsciente coletivo, mas não necessariamente a marca mais comprada.  Ela pode ser a mais respeitada, a mais glamourosa, e ainda assim comprada apenas por um seleto grupo de pessoas. A assessoria de imprensa é uma atividade que complementa outras ferramentas da Comunicação, como a publicidade e propaganda e o relacionamento com as comunidades (Governo, funcionários, moradores da vizinhança e clientes).  E, diferentemente de um anúncio, que depende da criação de uma peça e da escolha onde esta peça será veiculada, e cujo resultado termina no momento de sua publicação, o trabalho de assessoria de imprensa não tem fim, é de consultoria permanente, ou seja, de médio e longo prazos.  Deve integrar o organograma da empresa da mesma forma que o departamento de vendas ou de RH.

Se você acha que seu negócio pode passar sem o trabalho de uma assessoria de imprensa, dê uma olhada na definição deste serviço, e sinta a dimensão das responsabilidades que recaem sobre o profissional que escolhe esta profissão: cabe ao assessor de imprensa administrar as informações que podem gerar notícia, sejam elas de empresas ou fontes de informação (artistas, desportistas, entidade, ONG, profissionais liberais etc.) e cuidar do seu tráfego para os veículos de comunicação (leia-se jornais, revistas, sites, telejornais etc.).  Parece simples, mas não é. Pense que somente para executar a primeira parte da definição, o profissional tem que estudar a fundo as informações do assessorado, apurar tudo o que deverá ser parte integrante do pacote que repassará aos jornalistas e formatá-lo na linguagem destes, o que pode virar uma nota, um press-release ou uma sugestão de pauta. E, claro, no meio tempo, treinar você para se sair bem no contato com a mídia, imagine agora o que não está por detrás do tráfego destas informações junto aos inúmeros veículos de comunicação em que você quer ver sua notícia publicada.